25.2.06

Uma despedida

Já lá vão quase três anos que deixei de trabalhar na vila de Tábua, as contingências da vida levaram-me até lá em Janeiro de 2001, felizmente, digo eu, porque conheci lá pessoas fantásticas e pude ususfruir do melhor grupo de trabalho que até hoje conheci...Boa disposição, espírito solidário e de entreajuda, no fundo os fundamentos que redundariam numa bela amizade e companheirismo.
O Chefe que na altura me recebeu, foi ontem homenageado dada a sua recente passagem ao regime dos "aposentados"...claro que não podia deixar de estar presente, só não iria por manifesta indisponibilidade.
Nestas ocasiões, para além do tradicional convívio, dos "comes" e dos "bebes", há sempre lugar àquela parte onde a oratória marca a sua presença...pois chegada a vez do homenageado, ouvi algo que me deixou a pensar. Visivelmente comovido com todo o ambiente que envolvia o encontro, o nosso colega diz-nos que seria impossível transmitir-nos o que estava a sentir porque nos últimos minutos teria conseguido fazer quase um filme de toda a sua vida profissional, como se de um moribundo às portas da morte se tratasse, neste caso uma "morte" para a profissão.
Estou ainda no ínício de uma carreira, mas ao ouvir este testemunho, não posso deixar de imaginar o quanto é gratificante no final de uma vida de dedicação a uma causa e de contacto humano com as mais diversas pessoas, as mais diversas personalidades, enfim, concluir que tudo isso nos enriqueceu enquanto seres humanos e que no dia da "despedida", se junta toda aquela gente para nos dar "aquele abraço".
Nunca seria capaz de saber o que ia na cabeça do nosso ex-futuro-colega, mas dei por mim a tentar fazê-lo...visionar o tal "filme" de uma vida, que ainda não acabou enquanto tal, mas que teve um fascículo encerrado.
E para mim ficou esta certeza, vale a pena sermos sempre nós e vale imenso a pena termos e fazermos amigos...

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